
1. Há uma sutileza no processo de tentação
(1) Satanás não propõe de cara um adultério, um grande vício, um grande roubo, uma grande corrupção, um pecado habitual, ele sugere um pequeno flerte, uma experimentada, uma pequena cobiça, uma pequena propina.
(2) As pequenas quedas nos vulnerabilizam para as grandes quedas. Por exemplo: Davi cobiçou a mulher de Urias (cobiça), forçou uma relação engravidando-a (adultério), mandou matar Urias para encobrir seu pecado.
2. A tentação é mais forte nas áreas de vulnerabilidade
(1) As áreas de vulnerabilidade variam de pessoa para pessoa. Pode ser o orgulho, a ambição desmedida, a maledicência, a rebelião, o egoísmo, a lascívia, a cobiça, a avareza, a desonestidade, a mentira, a vontade fraca etc.
(2) Por exemplo, a vontade fraca pode levar aos vícios; a ambição desmedida pode levar à corrupção; a lascívia ao adultério.
3. A tentação é mais forte nas ocasiões de vulnerabilidade
(1) Quando Jesus foi tentado, estava numa ocasião de vulnerabilidade. Ele estava com fome, solitário e precisando agir na sua humanidade e não com as prerrogativas de divindade.
(2) Por exemplo: é numa crise financeira que surgem as possibilidades desonestas para se resolver o problema. É numa crise conjugal que os cônjuges ficam mais vulneráveis aos assédios.
4. O inimigo quer que você pense que sua tentação é única, incomum e irresistível
“Não existe tentação única, incomum e irresistível” (I Co 10:13; II Pe 2:9)
5. O inimigo quer isolar você das amizades espirituais, a fim de enfraquecê-lo durante a tentação
“Quando Pedro se afastou do seu sistema de apoio (o grupo de discípulos), ele ficou fragilizado e caiu em tentação, negando a Jesus”.
Primeira: não confie na força do próprio braço. (I Co 10:12)
(1) Não pense que você está para além da possibilidade da queda. Esteja seguro na sua insegurança, dependendo da graça de Deus.
(2) A receita para a queda é confiar muito em você e desprezar os outros.
(3) É mais fácil resistir à primeira queda do que as que se sucederem.
Por exemplo:
• “Resista às pequenas concessões éticas e morais para não ficar escravo das grandes”.
• “Se você é casado, resista ao primeiro flerte, para não cair nas garras do adultério”.
• “Resista ao primeiro trago, à primeira cheirada se você não quer permanecer escravo das drogas”.
• “Resista às primeiras propinas, para não enveredar para as grandes corrupções”.
Segunda: identifique sua área de fraqueza e a bombardeie com a Palavra de Deus
“Jesus venceu a tentação dizendo: está escrito”
(1) Não racionalize seu pecado, nem relativize a Palavra de Deus.
(2) Racionalizamos o pecado, quando começamos a justificar (dar explicações), para alguma coisa que sabemos que Deus não aprova.
• “Racionalizar é cobrir com o desodorante das desculpas o mau cheiro do pecado”
(3) Relativizamos a Palavra de Deus, quando fazemos interpretações convenientes ou torcemos um texto, ou não aceitamos a autoridade da Palavra em nossa vida.
Terceira: faça a retirada estratégica para buscar forças, discernimento, livramento em Deus por meio da oração (Mt 6:13)
(1) Ore a respeito das suas áreas de tentação, pedindo ajuda, socorro, fortalecimento para Deus.
(2) Peça socorro para Jesus, pois Ele sabe o que significa ser tentado. (Hb 4:15, 16)
Quarta: identifique sua ocasião de vulnerabilidade e vigie nesse tempo (Mt 26:41)
(1) Exemplo: se a vida financeira não anda bem, firme posição com relação à honestidade. Se sua vida conjugal não anda bem, vigie com os assédios e coloque o sedutor no lugar dele.
(2) Talvez você tenha que se afastar estrategicamente de algumas pessoas e de alguns ambientes.
Quinta: dê sentença de morte aos instrumentos de queda (Mt 5:29-30)
(1) Administrando as situações de perigo que dão ocasião à queda.
(2) Eliminando ganchos internos (cobiça) que nos enfraquecem diante da tentação (Tg 1:13, 15).
(3) As amputações são renúncias a prazeres ilegítimos, vantagens desonestas, hábitos pecaminosos, sentimentos destrutivos etc.
(4) Talvez você tenha de mudar alguns hábitos que não são necessariamente pecaminosos, mas constituem pesos, embaraços para sua vida espiritual. (Hb 12:1)
Sexta: confie que, vencendo essa tentação, Deus te surpreenderá com o melhor
(1) Os dardos inflamados do inimigo, encontraram em Jesus o escudo da fé. Ele confiava em Deus e sabia que tudo que Satanás estava oferecendo de forma ilegítima, Deus poderia lhe dar de forma legítima.
(2) Depois de ter vencido a tentação Ele foi servido pelos anjos (pão com Deus); Em seguida passou pela cruz e ressuscitou para reinar para sempre.
(3) Toda oferta de Satanás traz consigo alguma ilegalidade, mas a de Deus é sempre legítima.
(4) Jesus intercedeu por Pedro para que diante da tentação ele fosse fortalecido na fé. (Lc 22:31,32)
Sétima: renda-se ao Espírito Santo para ser conduzido por Ele
(1) Tiago diz que somos tentados quando atraídos e enganados pelos próprios maus desejos, e que se esses maus desejos prevalecerem eles darão luz ao pecado (Tg 1:13-15).
(2) Paulo chama esses maus desejos de “obras da carne”, as quais somente vencemos quando estamos rendidos ao Espírito Santo (Gl 5:16, Rm 8:13).
(3) Por exemplo: na iminência da queda o Espírito Santo acende a luz da nossa consciência, ou nos fala por meio da Palavra, ou move alguém para nos alertar do perigo. Render-se ao espírito significa considerar esses alertas provenientes Dele.
Oitava: cultive amizades espirituais, não se isole em momentos de grandes tentações (Ecl 4:9-12)
(1) Quando nos isolamos do nosso sistema de apoio, seja família, irmãos em Cristo, amigos espirituais, ficamos mais fragilizados diante da tentação.
(2) Com frequência, o próprio ato de dizer ao outro que está sofrendo diante de uma tentação, já pode resultar numa vitória.
Conclusão
... enfrenta melhor a tentação quem:
(1) Em vez de confiar na força do braço, depende da graça de Deus para evitar a primeira queda.
(2) Aceita a autoridade da Palavra de Deus, especialmente sobre a área de vulnerabilidade.
(3) Lança mão do recurso da oração para buscar fortalecimento e livramento, em ocasião oportuna.
(4) Identifica sua ocasião de vulnerabilidade e vigia nesse tempo.
(5) Está disposto a administrar as situações de perigo, dando morte aos instrumentos de queda.
(6) Desconfia das ofertas de Satanás e confia que Deus sempre tem o melhor.
(7) Se rende ao Espírito Santo para ser fortalecido por Ele.
(8) Sendo tentado, não foge para o isolamento, mas busca ajuda num sistema de apoio (amizades espirituais).
Por Pr. Oswaldo F Gomes
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